Tesouro Direto Selic, IPCA ou Prefixado? Como escolher

Você já ouviu falar que o Tesouro Direto é um investimento seguro, mas ainda não sabe qual é o melhor título para você? Então leia esse artigo até o final e descubra qual título público tem mais a ver com você e cada um de seus objetivos!

O Tesouro Direto é um programa do tesouro nacional em parceria com a B3, a bolsa de valores oficial do Brasil. Esse programa torna mais fácil ao pequeno investidor o acesso aos títulos públicos, dado o baixo valor mínimo para investir, a partir de R$30.

Os títulos do Tesouro Direto são aplicações muito seguras. A menos que ocorra um calote do governo, você, com certeza, receberá o valor prometido ao final do prazo do título. Logo, eles diferem de outros investimentos ligados a bancos, fundos de investimento ou empresas, os quais você pode perder todo seu dinheiro caso ocorra algo com a instituição. Todo investimento possui riscos. Contudo, no tesouro direto, se você carregar o título até o final do prazo contratado, o risco é quase zero.

Mas, que história é essa de prazo contratado?

Todo título do tesouro direto possui uma data de vencimento e uma rentabilidade anual. Quando falamos sobre prazo contratado, nos referimos ao período da data em que você realizou o investimento até o vencimento do mesmo.

Todavia, você pode querer pegar esse dinheiro de volta antes desta data de vencimento. Será que é possível fazer isso? Com certeza! O chamado resgate antecipado é a operação de pegar seu dinheiro antes da data de vencimento. Entretanto (é, tem um entretanto aqui…), não é possível garantir que você receba neste resgate o valor que investiu mais a rentabilidade contratada.

Isso ocorre porque, quando há a venda um título do Tesouro Direto, você vai vendê-lo pelo valor que o mercado julga que aquele título vale naquele momento. Esse valor pode ser menor ou maior do que a rentabilidade contratada na compra.

Manter os títulos até o vencimento é a forma mais fácil de ganhar dinheiro no Tesouro direto. Neste artigo pretendemos auxiliar quem ainda não tem (ou tem pouca) experiência com essa categoria de investimentos. Por tanto, optamos por focar na escolha do título para compra sem entrar em mais detalhes sobre a venda antecipada.

Veja que a escolha do Tesouro Direto ideal para você depende de seu perfil de risco para investimentos. Além disso, seus objetivos também são cruciais nessa decisão.

Tem que pagar taxa para investir no Tesouro Direto?

A resposta é sim, mas você vai ver que estas taxas não te impedem de ter um ganho acima ao menos da poupança. Elas são:

  • a taxa de custódia da B3;
  • taxa de administração da instituição financeira;
  • Imposto sobre Operações Financeiras (IOF);
  • e o imposto de renda (IR).

A taxa da B3 é de 0,25% ao ano sobre o valor aplicado. Ela é cobrada a cada 6 meses, em janeiro e julho, sendo descontada de forma automática no banco ou corretora que você usa. No resgate do título, seja por ele ter vencido ou pela venda, é cobrado o valor da taxa que restou do período da última cobrança até o resgate.

A taxa de administração da instituição financeira é o percentual que o banco ou corretora que você usa te cobra sobre o valor que você tem no Tesouro Direto. Hoje as maiores instituições financeiras do Brasil não cobram taxas sobre o Tesouro Direto.

Após escolher o título, busque uma instituição. Se você optar pelo seu banco ele pode te pedir para fazer um cadastro extra para te dar acesso a esse tipo de operação. Ou você pode abrir conta em uma corretora.

No caso do imposto IOF, há a necessidade de pagamento só quando o valor aplicado fica menos de 30 dias no Tesouro Direto.

Já o IR incide sobre o rendimento da aplicação e já vem descontado na hora do resgate. O valor cobrado de IR cai com o tempo. Assim, quanto mais tempo você mantiver o investimento, menor o valor a pagar. O valor inicia em 22,5% para aplicações até 180 dias e termina em 15% para aplicações acima de 720 dias.

Quer saber quanto vai ganhar? Opte pelo Tesouro Prefixado

Agora que você já sabe o básico que rege todos os títulos do tesouro, vamos ver qual se adéqua melhor ao seu perfil.

Existem duas formas de ganho com o Tesouro Direto: a remuneração prefixada e a pós-fixada. Elas diferem no jeito como o investimento rende. Na remuneração pós-fixada você receberá uma taxa de juros fixa mais um índice. Esse índice pode ser a inflação ou a taxa Selic, os quais veremos um pouco mais a frente. Desta forma, você só sabe quanto irá receber no vencimento do título. Isso porque esses índices mudam de valor dependendo de mudanças na economia do país, logo variam ao longo dos anos.

Já na remuneração prefixada, uma taxa de juros é acordada desde o início do investimento e você consegue saber quanto irá receber no final. Por exemplo, se a rentabilidade ao ano for de 8% e você investiu R$1000 em um título com vencimento para daqui há cerca de 3 anos, você já consegue prever que receberá por volta de R$1200 no final do período. Esse cálculo você faz no próprio simulador do Tesouro Direto.

O tesouro prefixado é ideal para objetivos de curto e médio prazo para os quais você sabe o valor que precisa para chegar ao objetivo.

Tesouro Direto Selic: use a variação dos juros do país a seu favor!

O Tesouro Direto Selic é o título do Tesouro Direto cuja rentabilidade é dada pela taxa Selic mais um percentual fixo de juros. A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira a qual influencia todas as taxas de juros do país, incluindo aqueles ligados a empréstimos e investimentos.

O Tesouro Selic possui menor volatilidade quando em contraste com os outros títulos. A volatilidade é uma medida que diz o quanto o valor do título pode subir ou descer de acordo com o mercado. Quanto menor a volatilidade, menos chance você tem de perder ou ganhar dinheiro na venda antecipada.

Lembra que nós falamos acima que na venda antecipada o valor que você receberá é o valor que o mercado quer pagar? No caso do tesouro Selic o mercado normalmente paga um valor próximo ao que você receberia se a data da venda fosse o vencimento do título. Com direito aos juros e tudo mais, tendo poucas chances de perda.

Assim, você fica mais tranquilo com seu dinheiro nesse investimento. E esse é um dos principais motivos pelos quais muitos influenciadores o indicam quando falam sobre reserva de emergência.

Outro motivo para essa indicação é a isenção de pagamento da taxa da B3 para investimentos de até 10 mil reais no Tesouro Direto Selic. Somente o que excede esse valor pagará esta taxa.

A venda de forma fácil é outro ponto positivo do Tesouro Selic. Venda seus títulos em qualquer dia e receba o dinheiro em sua conta no dia seguinte. A exceção a essa regra são os finais de semana e períodos da noite, quando o mercado fecha.

Na família Ldi parte da reserva de emergência está em Tesouro Selic!

Os ganhos com aplicações no Tesouro Selic são acima do valor que nós ganharíamos na poupança em muitos casos. Enquanto o tesouro paga 100% do valor da Selic mais uma pequena taxa, a poupança rende só 70% da Selic mais a Taxa Referencial. E a Taxa Referencial está em zero há bastante tempo.

Mesmo com a cobrança de taxas, a aplicação em Tesouro Selic terá sempre mais vantagem do que a poupança para prazos acima de dois anos e em valores abaixo de R$10 mil. Isso porque, conforme já citamos, uma aplicação no tesouro direto acima de 2 anos não terá cobrança de IOF e vai pegar a menor taxa de imposto de renda. Além disso, nesse valor temos isenção da taxa da B3.

É por isso que aqui na família nós usamos o Tesouro Direto Selic para montar nossa reserva de emergência! Deixamos no tesouro um valor próximo a R$10 mil e o restante do dinheiro fica em um CDB, que renda 100% ou mais da taxa CDI. O CDI é uma taxa que tem sempre um valor próximo a Selic.

Essa estratégia adiciona uma maior liquidez a nossa reserva. Afinal, é mais fácil pegar o dinheiro de uma conta de pagamento durante a noite, nos finais de semana ou em datas em que o dinheiro precisa estar à mão com urgência. Em contrapartida, o Tesouro Selic é mais seguro do que essas contas.

Para investir valores acima de R$10 mil, simule o investimento no simulador do Tesouro Direto, fazendo a comparação entre a poupança e o Tesouro Selic.

Além da reserva de emergência, projetos de curto prazo também se beneficiam do Tesouro Selic. Afinal, você pode realizar o investimento e resgatá-lo a qualquer momento, com pouca chance de perda.

Tesouro Direto IPCA+

O Tesouro Direto IPCA+, assim como o Tesouro Selic, é um título de remuneração pós-fixada. Neste sentido, seu rendimento se dá pelo valor da taxa IPCA mais uma porcentagem fixa. A taxa IPCA é o índice oficial de inflação do país.

Logo, veja que com esse título você protege seu dinheiro da inflação. Você já deve ter ouvido diversas vezes que deixar dinheiro na poupança é como perder dinheiro. De fato a poupança vem rendendo menos do que a inflação anual. Desta forma sua grana na poupança acaba perdendo valor. No Tesouro Direto IPCA+ isso não ocorre, ao contrário, seu dinheiro ganha valor!

Ou seja, carregando o título IPCA+ até seu término, é certo que você irá ganhar dinheiro.

Em contrapartida, o tesouro IPCA+ tende a ser o título mais volátil dentre os disponíveis no tesouro direto. Assim, se você não se sente confortável com quedas no valor do seu investimento, inicie por outros títulos. Essas quedas em nada tem a ver com o valor que você vai receber no vencimento, mas incomodam algumas pessoas.

Esse título é ideal para um plano de aposentadoria e projetos de longo prazo. Contudo, ele também se aplica a prazos menores, como para compra de um imóvel ou carro.

E você sabia que pode receber juros de forma semestral?

Tanto o tesouro direto IPCA+ quanto o tesouro Prefixado têm versões que te pagam juros de forma semestral. Sabe quando você aluga uma casa e recebe o aluguel? No tesouro direto com juros semestrais é como se você “alugasse” seu dinheiro para o governo e ele te pagasse esse aluguel a cada 6 meses. O valor a receber seriam os juros do investimento no período.

Por fim, no vencimento do título, você recebe o valor aplicado mais os juros restantes. Essa modalidade pode ser boa para quem deseja receber um fluxo de pagamento. Entretanto, para receber um bom valor, não adianta investir os valores mínimos do Tesouro Direto.

Se você tem pouco dinheiro, deixe para receber os juros no vencimento, uma vez que os juros compostos irão trabalhar melhor para você. Sem contar que o imposto de renda também será recolhido com a menor taxa possível. Recebendo de 6 em 6 meses, nos primeiros anos de cada aporte no Tesouro Direto você irá pagar as maiores taxas desse imposto.

Investir no Tesouro Direto é mais fácil do que você imagina!

Para investir no Tesouro Direto o seu maior trabalho será analisar seu perfil e entender os seus objetivos. Quer saber o valor que vai receber ao final? Então, o Tesouro Prefixado é ideal para você. Se existe a chance de você precisar vender o título as pressas antes do vencimento, o Tesouro Selic é o mais seguro. Entretanto, para se proteger da inflação, o Tesouro IPCA+ é o mais indicado.

Escolha o título também pela data de seu vencimento. Se o seu plano tem um prazo muito longo, somente o Tesouro IPCA+ irá te atender, dado que só ele possui títulos com vencimento acima de 10 anos.

Os ganhos no tesouro direto em geral são melhores que na poupança. Se você pensa em no futuro entrar na renda variável, assim como nós da Família Ldi fizemos, tenha uma reserva de emergência antes! Assim você poderá correr riscos de forma tranquila e planejada! E, como dissemos, o Tesouro Selic é uma ótima opção para essa reserva.

Chegamos ao final deste artigo! Então, você descobriu qual título do Tesouro Direto se encaixa melhor para você e seus objetivos? Deixe suas dúvidas e observações nos comentários!

Até o próximo post!

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